Comprar uma casa para chamar de lar é um sonho que começa já na infância e, mesmo que inicialmente esse desejo seja motivado pela necessidade de independência, com o passar dos anos ele se torna um objetivo de vida. Afinal, ter a própria casa é um sinal de responsabilidade e estabilidade, especialmente ao começar uma família.

Mas comprar um imóvel demanda um planejamento financeiro eficiente e muita disciplina, mesmo em um cenário econômico favorável e aproveitando as facilidades de crédito disponíveis atualmente.

Para ajudar na tarefa de gerenciar as finanças e programar a compra da casa própria, preparamos um guia completo com tudo que você precisa saber para realizar o seu sonho. Continue a leitura e aprenda a organizar a vida financeira sem stress!

Nesse material vamos trabalhar:

A importância do planejamento financeiro

A compra de um imóvel representa uma despesa significativa para a maior parte das famílias brasileiras e, normalmente, essa aquisição envolve economias de vários anos.

Por isso, é comum esperar até conquistar estabilidade financeira e segurança profissional antes de investir em um imóvel, seja por meio de um financiamento, pelo programa Minha Casa Minha Vida ou para uma compra à vista.

Para que o sonho não se torne um pesadelo, é imprescindível, antes de mais nada, analisar o orçamento familiar e organizar um planejamento financeiro viável — para garantir que é possível arcar com todas as despesas envolvidas na transação sem contrair dívidas.

Ao contrário do que se pode pensar, não é necessário ter uma conta bancária de vários dígitos ou um salário generoso para planejar a compra da casa própria.

É possível organizar as finanças em qualquer faixa de rendimentos para adquirir um carro, um imóvel e realizar sonhos de consumo da família. Basta equilibrar as despesas e as receitas e reservar uma parte da renda para compras futuras.

Porém, manter um planejamento financeiro para a compra de um imóvel envolve diversos fatores, que devem ser analisados com critério e revisados periodicamente:

1. Descobrir qual é a situação financeira da família

Considere:

  • os rendimentos eventuais recebidos:
    • comissões;
    • bônus;
    • renda de trabalhos esporádicos;
  • as despesas básicas da família:
    • aluguel;
    • condomínio;
    • contas de água e energia;
    • planos de celular, televisão e internet;
    • alimentação;
    • combustível;
    • pagamento de cartão de crédito;
  • as possibilidades de economizar nas despesas:
    • trocar o almoço em restaurantes por marmita;
    • escolher um plano mais econômico de telefonia;
    • reduzir o uso do cartão de crédito;
    • diminuir o uso do carro e utilizar formas alternativas de transporte.

2. Estudar o mercado imobiliário e pensar nas possibilidades

  • definir o tipo de imóvel que se deseja comprar:
  • pesquisar valores de imóveis compatíveis com a realidade da família;
  • definir objetivos de curto, médio e longo prazo;
  • estimar todas as despesas envolvidas na aquisição do imóvel:
  • pesquisar opções de financiamento e crédito do mercado;
  • comparar preços, taxas de juros e outros encargos.

3. Criar um orçamento para colocar em prática o planejamento financeiro

Apesar de contar com diversas etapas, a realização do orçamento familiar é imprescindível para a compra da casa própria. Dessa forma, o casal consegue se organizar de modo a poupar o suficiente por determinado tempo para atingir seus objetivos e conquistar, enfim, seu lar doce lar.

8 passos para organizar a vida financeira:

Organizar as finanças, com a correria do dia a dia e as demandas profissionais e familiares, pode ser um grande desafio para a maioria das pessoas. Controlar as contas a pagar, os vencimentos recebidos, a fatura do cartão de crédito e ainda conseguir poupar para um objetivo de longo prazo deve ser uma tarefa do casal.

A boa notícia é que existem diversas ferramentas para auxiliar a gestão do orçamento familiar: de sites e planilhas a aplicativos para celular, é possível usar a tecnologia a favor da economia e controlar os gastos com mais facilidade.

Se você pretende poupar para comprar um imóvel, é importante investir em um planejamento financeiro prático e eficiente. Confira alguns passos para equilibrar o orçamento e organizar a vida financeira:

1. Tenha um objetivo financeiro

Você já deve ter ouvido a recomendação de diversos especialistas a respeito de guardar dinheiro: é preciso separar uma porcentagem dos rendimentos todos os meses, logo que receber o salário.

Pagar as contas e só então guardar o que sobrou é um dos maiores erros cometidos por grande parte das pessoas ao tentar economizar — normalmente, o montante que sobra não é suficiente para atingir os objetivos da família.

Mas como se organizar para poupar uma quantia significativa todos os meses? A resposta é simples: tendo objetivos financeiros.

Ao se planejar para comprar um imóvel, por exemplo, é possível calcular exatamente o valor necessário para a aquisição (seja para compra à vista ou para pagar a entrada de um financiamento) e determinar a quantia a ser poupada todos os meses para atingir esse objetivo dentro de um prazo determinado.

2. Realize um controle financeiro

A melhor maneira de controlar as finanças da família é registrando todos os rendimentos e todas as despesas no período de um mês. Analisar todos os gastos, tanto fixos quanto eventuais, é essencial para fazer as mudanças necessárias a fim de atingir o objetivo de comprar uma casa.

Ao realizar o controle financeiro é possível perceber, por exemplo, se as parcelas do financiamento ou consórcio do carro são muito altas para o padrão familiar; se os gastos com refeições em restaurantes comprometem boa parte dos rendimentos; se o pagamento de dívidas compromete o orçamento; e principalmente, onde é possível economizar.

3. Acompanhe a fatura do cartão

O cartão de crédito pode ser o maior vilão do planejamento financeiro: comprar e não ter que pagar imediatamente parece um bom negócio, mas se não houver um controle eficiente, o resultado é desastroso!

O primeiro passo para fugir dessa armadilha é entender que o limite do cartão de crédito não é uma extensão do salário, e por isso todos os gastos acumulados na fatura devem fazer parte do controle financeiro familiar.

Em outras palavras, o cartão de crédito é apenas uma ferramenta para agrupar todas as despesas mensais, e seu uso deve ser controlado com rigor. Afinal, os juros cobrados pelo crédito rotativo são altos, e estourar o limite do cartão pode desequilibrar o orçamento e causar inúmeros transtornos ao seu usuário.

Para evitar esse problema, é importante controlar os débitos no cartão, evitar compras por impulso e sempre pagar o valor total da fatura, evitando os juros e encargos desse recurso.

Uma boa forma de prevenir o descontrole no seu uso é estabelecer, dentro do orçamento familiar, um valor máximo para gastar com o cartão de crédito, garantindo o saldo necessário para fazer o pagamento da fatura dentro do vencimento.

Outro cuidado importante para quem deseja poupar para um objetivo de longo prazo é negociar com a operador o valor da anuidade, e se informar sobre as vantagens oferecidas pelo cartão: programas de fidelidade, benefícios, milhas, descontos em compras, entre outros.

4. Fique de olho nas taxas de juros

Parcelar compras de valor mais alto é uma perspectiva tentadora para muitas pessoas: a possibilidade de usufruir da aquisição agora e pagar em diversas parcelas a perder de vista pode parecer uma oportunidade irresistível, mas é precisa analisar com cuidado os encargos do parcelamento antes de optar por essa forma de pagamento.

As taxas de juros podem fazer com que o valor pago, no final do negócio, corresponda a duas ou três vezes o valor do item comprado.

As multas, juros e outros encargos cobrados por atraso no pagamento de contas também merecem atenção, especialmente quando o objetivo da família é poupar para comprar a casa própria.

Muitas vezes, as contas são pagas após o vencimento simplesmente por esquecimento. Para evitar esse problema, é importante planejar o pagamento de todas as contas mensais, ou até mesmo programar o vencimento para o mesmo dia, quando for possível.

5. Use listas de compras

A falta de planejamento é responsável por boa parte das compras por impulso, que podem tornar inúteis todos os esforços da família para poupar dinheiro. Ir ao supermercado, por exemplo, sem uma lista de compras, é receita certa para gastar além do necessário (além de correr o risco de esquecer itens importantes).

Atualmente, é possível contar com uma série de facilidades para organizar a lista de compras: no celular, os itens podem ser anotados e agrupados por categoria, facilitando a logística no supermercado.

Outra vantagem da lista de compras é a possibilidade de organizar um cardápio semanal, evitando desperdício de alimentos e contribuindo para a saúde da família.

6. Crie um fundo para emergências

O fundo de emergências é um recurso essencial para o planejamento financeiro: contar com uma reserva para despesas imprevistas traz tranquilidade e segurança para a família. Esse valor pode ser usado em casos de doença, desemprego ou acidentes, por exemplo, evitando o endividamento.

O valor a ser reservado deve corresponder a, no mínimo, seis meses dos rendimentos mensais familiares, e deve estar aplicado em investimentos que possam ser resgatados a qualquer momento, como por exemplo:

  • poupança;
  • CDBs (Certificados de Depósito Bancário);
  • LTFs (Letras Financeiras do Tesouro);
  • fundos DI.

7. Controle o desperdício

Controlar o desperdício (e o consumo excessivo) é fundamental para equilibrar o orçamento e evitar gastos desnecessários.

Ao falar em desperdício, a primeira coisa que vem à mente são os alimentos — e realmente descartamos um grande volume de comida: de cascas, sementes e raízes que poderiam ser aproveitados a legumes e hortaliças fora do padrão que simplesmente não são comprados.

Outro foco de desperdício doméstico que deve ser evitado são os alimentos que se estragam na geladeira ou na despensa, passando da data de validade ou das condições adequadas para o consumo.

Isso pode ser contornado verificando os produtos disponíveis em casa antes de sair para o supermercado e fazendo uma lista de compras enxuta, sem excessos.

Mas os desperdícios em casa não se resumem à alimentação: água, energia elétrica, roupas e cosméticos também podem representar gastos desnecessários que comprometem o orçamento. Para combater o desperdício, confira algumas dicas:

  • mantenha os itens próximos do vencimento em destaque na geladeira ou nos armários, para que sejam usados em tempo hábil;
  • diminua as compras de perecíveis de acordo com o consumo da família;
  • aprenda a utilizar integralmente os alimentos (cascas e sementes podem fazer parte de receitas saborosas e econômicas);
  • troque as compras mensais por compras semanais;
  • congele as sobras de comida pronta ou reaproveite-as em outros pratos;
  • diminua o tempo dos banhos;
  • acumule um grande volume de roupas antes de ligar a máquina de lavar;
  • mantenha as torneiras fechadas ao lavar louças ou escovar os dentes;
  • reaproveite a água da chuva para limpeza ou irrigação de plantas;
  • troque as lâmpadas comuns por lâmpadas de LED;
  • dê preferência a produtos com embalagens sustentáveis, retornáveis ou em refil;
  • compre eletrodomésticos com o selo Procel de eficiência energética;
  • utilize totalmente os cosméticos (hidratante, shampoo, maquiagem) antes de comprar outros;
  • evite comprar roupas e acessórios que não precisa.

Dessa forma, além de contribuir com a sustentabilidade e evitar o desperdício, é possível economizar um valor considerável para ser investido em objetivos de médio e longo prazo da família, como trocar de carro, fazer uma viagem ou comprar a casa própria.

8. Incentive a participação familiar

Controlar e reduzir as despesas no orçamento familiar depende da participação de todos, inclusive crianças e adolescentes.

Mesmo que o casal seja o principal responsável pela administração do dinheiro da família e pela tomada de decisões, os filhos devem estar a par da situação financeira e contribuir com sugestões para economizar com as despesas do dia a dia. Afinal, a compra da casa própria é um sonho de todos, não é mesmo?

Conclusão

Organizar a vida financeira é a primeira preocupação de quem deseja comprar um imóvel, já que essa aquisição compromete a renda familiar por um longo período de tempo. Porém, fazer o planejamento das finanças e controlar o orçamento pode ser mais fácil do que se imagina.

Com algumas estratégias simples e um pouco de disciplina, é possível economizar para realizar todos os sonhos da família — inclusive o de conquistar a casa própria!


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